Continuando com o Fernando Pessoa
A data da nossa comunicação aproximava-se e tínhamos que combinar o que iríamos apresentar aos outros grupos da escola. Depressa percebemos que teria que ser alguma coisa ligada ao Fernando Pessoa. Mas o quê? Conversámos e lembrei-os da história que tinham ouvido "O Mi" e o que ele tinha perdido - a imaginação - a partir daqui foi só escrever as ideias que eles iam deitando cá para fora e assim construindo a nossa história e a nossa comunicação.
A Imaginação do Fernando Pessoa
Um certo dia estava o Fernando Pessoa a tentar escrever um
poema quando percebeu que naquele dia a imaginação não aparecia. Ele tinha
perdido a imaginação. E agora? O que fazer? Onde encontrá-la?
Escreveu, escreveu, escreveu, mas nada lhe agradava, nada
estava bem! Escreveu sentado na cama, escreveu na sua secretária, escreveu no
seu café preferido e no banco do jardim, mas nada lhe agradava!
E agora? O que fazer? Onde encontrar de novo a imaginação?
Mudou de lugar, podia ser que a imaginação voltasse. Escreveu
na sua secretária, escreveu no seu café preferido, escreveu no banco do jardim
e sentado na cama, mas nada lhe agradava.!
E agora? O que fazer? Onde encontrar de novo a imaginação?
Mudou de lugar, podia
ser que a imaginação voltasse. Escreveu no seu café preferido, escreveu no
banco do jardim, escreveu sentado na cama e escreveu na sua secretária, mas
nada lhe agradava!
E agora? O que fazer? Onde encontrar de novo a imaginação?
Mudou de lugar, podia ser que a imaginação voltasse. Escreveu
no banco do jardim, escreveu sentado na cama, escreveu na sua secretária e
escreveu no seu café preferido, mas nada lhe agradava!
De repente lembrou-se dos seus amigos imaginários, sim, eles
é que o podiam ajudar, como é que ainda não se tinha lembrado disso.
O 1º a aparecer foi o Cavaleiro do Não, há tanto tempo que
ele tinha este amigo imaginário, desde que era criança, tinha 6 anos quando o
imaginou e agora de certeza que ele o ia ajudar. O cavaleiro do Não mostrou ao
Fernando Pessoa tudo o que as crianças têm na sua imaginação e tanta coisa que
é: robots, casas voadoras, ovelhas, flores, corações voadores, muita, muita
coisa. Depois lembrou-o dos balões, das bolinhas de sabão e das cores do
arco-íris.
Tanta coisa para imaginar, mas ainda não chegava.
A seguir apareceu outro amigo imaginário, o Ricardo Reis que
disse ao Fernando Pessoa para estar descansado que a imaginação ia voltar e
falou-lhe daquilo que gostava de escrever: de fadas, unicórnios e os deuses do
olimpo: o Rei Neptuno, a Atena, a hera, a Afrodite, o Poseidon e o Zeus, que
bom que era escrever sobre tudo isto.
Tanta coisa para imaginar, mas ainda não chegava.
O Alberto Caeiro, outro amigo imaginário, também tinha que
tentar ajudar o Fernando Pessoa e para isso lembrou-o que o que era bom era
escrever sobre a natureza, os animais, as plantas, a terra, os mares e as
árvores.
Tanta coisa para
imaginar, mas ainda não chegava.
Por fim apareceu o Álvaro de Campos que como era muito rabugento
a 1ª coisa que fez foi ralhar com o Fernando Pessoa por ele ter perdido a
imaginação: “Como é que isto foi acontecer? Vê lá se a encontras depressa, eu
não tenho paciência para isto, a culpa disto é da tua namorada, a Ofélia”. A
verdade é que o Álvaro não gostava muito da Ofélia. “Lembra-te que o que eu
gosto de escrever é sobre as máquinas do futuro, os barcos e os submarinos, vá,
vê lá se te pões bom” e foi-se embora.
O Fernando Pessoa pensou: “Vou tentar escrever outra vez,
acho que já estou a ter umas ideias muito boas!”
E escreveu, escreveu e já não deitou fora, a imaginação
estava de volta, escreveu, escreveu. E estava tão feliz que tinha que contar a
alguém que a imaginação tinha voltado. Mas a quem? A quem? Qual é a dúvida?
Claro que tinha que ser à Ofélia. Mas não podia ir ter com ela sem lhe levar
uma flor, a Ofélia gostava muito de flores, de flores amarelas. Foi apanhar uma
flor e foi ter com a Ofélia.