Voltámos à escola!!!! E vamos continuar a contar o que fazemos nesta nossa nova realidade reinventada todos os dias!

domingo, 22 de novembro de 2020

 Um dia....um projeto...

O nosso trabalho, todos os dias acontece a partir de projetos. estes acontecem a partir de uma pergunta que alguém faz, de um interesse, de uma curiosidade, de um desejo, de um conflito cognitivo, etc

O trabalho cultural na escola pode e deve ter sempre uma dimensão lúdica como no esforçado trabalho do escritor, do pintor ou do investigador. A natureza criadora desse trabalho assegura-lhe um estatuto desalienador enquanto expressão humana de emancipação e desenvolvimento. () os professores poderão alcançar o () desafio partilhado com os aprendizes, na construção mediada da cultura. É assim que o desejo (ou o prazer) se incorpora no trabalho intelectual, tornando-o numa aventura espiritual, num trânsito do trabalho do saber para a serena fruição do conhecimento como sabedoria. Esse longo caminho () requer um trabalho de projecto.

Sérgio Niza

Revista do Movimento

da Escola Moderna (N.24)

O ponto de partida: um projeto iniciado no ano anterior antes do confinamento e não acabado. Alguns participantes continuam a fazer parte do grupo este ano e mostraram vontade de concluir o projeto. Outros se juntaram a eles.

                                    

1º passo - questionar as crianças sobre o que pensam saber sobre o assunto, neste caso, sobre os tubarões. De seguida, então, o que queremos saber? e as perguntas surgem.

2º passo - procurar informação sobre os tubarões em livros, internet, etc...

3º passo - procurar as respostas nos recursos encontrados (a educadora lê as respostas às crianças). De seguida, as crianças dizem por palavras suas o que perceberam do que foi lido e escreve-se.

4º passo - as crianças ilustram as respostas de cada pergunta. Combina-se quem quer fazer o quê e formam-se pares para cada ilustração.
                                  







Quando se lê a informação para descobrir as respostas, lê-se sempre outras coisas que podem ser interessantes colocar no projeto ou as crianças vêm alguma imagem que pedem para ler o que quer dizer e decidem que também querem colocar no projeto. São as "outras coisas que descobrimos"




Ao longo da duração do projeto há sempre desenhos sobre o mesmo a acontecer, neste caso, tubarões:












No final do projeto, as crianças que participaram, prepararam uma comunicação para as outras crianças. Nesta comunicação transmitiram tudo o que aprenderam e descobriram sobre os tubarões. Sempre que um projeto é finalizado esta comunicação acontece.





Com o projeto do tubarão a acontecer, num tempo de trabalho curricular de escrita, fizemos uma lista de palavras a acabar no som - ão -.





O que acontece quando crianças de 4 e 3 anos fazem desenhos lado a lado? Ora vejam:



É esta a riqueza da heterogeneidade de idades a acontecer todos os dias nas nossas salas!!!!



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Bom trabalho e boa semana
Protejam-se


















segunda-feira, 2 de novembro de 2020

 Da sala para a rua...

É sempre importante sair da sala, ir para o exterior, fazer da rua uma extensão da sala:

" O espaço exterior é um local privilegiado para atividades da iniciativa das crianças que, ao brincar, têm a possibilidade de desenvolver diversas formas de interação social e de contacto e exploração de materiais naturais (pedras, folhas, plantas, paus, areia, terra, água, etc...) que, por sua vez, podem ser trazidos para a sala e ser objeto de outras explorações e utilizações." (p.27, OCEPES)

Um dia chegamos ao nosso espaço exterior e notamos diferença:

"O que é que aconteceu à árvore?"
" Não tem cabelo!!!!"
"Ficou sem folhas"

Conversámos todos juntos, à sombra de outra árvore, e percebemos que os senhores tinham cortado os ramos para a árvore crescer ainda com mais força:

Combinámos olhar para a árvore e fazer o desenho desta árvore ou outra do parque (com folhas). Levámos folhas e lápis de cera e passámos uma manhã a desenhar e a criar.







E desta manhã nasceram estas produções:
















E se as árvores não dessem folhas? Se, em vez de folhas, nascessem outras coisas nas árvores?
Quando fiz a pergunta, foi dificil para eles desligarem-se do concreto, da árvore que dá folhas e flores e frutos, e pensarem no abstrato, no que está na nossa imaginação. Aos poucos, foram conseguindo e a imaginação levou-os a árvores de:

Uma árvore de estrelas

Uma árvore de corações

Uma árvore de sóis

Uma árvore de tubarões

Uma árvore cozinheira

Uma árvore de bandeiras

Uma árvore de arco-iris

Uma árvore de crocodilos

Uma árvore de pessoas

Uma árvore de pranchas
Uma árvore de monstros e bandeiras

Uma árvore de monstros
Uma árvore....

 

Uma árvore....

Uma árvore...

E foi assim que aproveitámos o espaço exterior, observámos o que acontece à nossa volta, representámos, imaginámos, tudo o que o nosso corpo e o nosso pensamento precisa para crescermos saudáveis e felizes. 

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